O bebê tão esperado chegou!!! E agora???? A natureza e o instinto ajudam, mas a dupla mãe e filho (a) estão se reconhecendo e às vezes não é tão fácil assim. Filho não vem com manual e cada um é diferente do outro (eu que o diga, tenho 6).
Assim que o bebê sai do útero da mãe, inicia-se um período chamado de PUERPÉRIO, e ele pode ser dividido em : Imediato (do 1º ao 10º dia), tardio (do 11º ao 45º ) e remoto (após 46 dias) e cada uma dessas fases tem sua características. No Puerpério Imediato, assim que o bebê nasce, deve-se incentivar o contato pele a pele da mãe e seu filho (a), e assim que possível, dentro dessa primeira hora já colocar para mamar. A primeira PEGA (o jeitinho que a boca do bebê envolve o mamilo e auréola da mama da mãe é muito importante e pode ser orientada por uma profissional da área, a enfermeira, obstetriz, doula ou consultora de amamentação, e o exercício dessa pega pode diminuir o surgimento de FISSURAS no MAMILO.
Quando elas ocorrem, geralmente em alguns dias já cicatrizam e a amamentação se desenvolve sem muitos problemas. Toda vez que a mãe amamenta um hormônio chamado OCITOCINA, é liberado, e é responsável pela ejeção do leite e também pela contração uterina, assim o útero começa a voltar ao seu tamanho original, isso dá uma pequena cólica mas passa rapidinho, e assim que o útero volta ao normal, não tem mais.
A amamentação depende do BINÔMIO mãe+filho e seu ambiente, Nunca duvide da capacidade de uma mãe de alimentar seu bebê! Sempre vai ter aquela “ conselheira” que fala que o bebê está chorando de fome, que o leite é fraco... A mãe precisa de uma rede de apoio, geralmente sua família, para que seja amparada nessa adaptação imediata, os primeiros 10 dias são MUITO IMPORTANTES.
Uma obstetriz e consultora de amamentação podem dar um suporte neste momento.
A APOJADURA (produção de leite mesmo) se dá entre o 3º e o 5º dia de puerpério, até lá as mamas produzem o COLOSTRO , que é altamente proteico e cheio de anticorpos para a proteção do bebê. Ele já nasce com uma gordurinha a mais para se sustentar nesses primeiros dias, e recebe alta da maternidade pesando um pouco menos do que nasceu, não se assuste!
A alimentação da puérpera (assim se chama a mãe até 45 dias após o parto) deve ser leve, sem corantes, pimentas e gorduras pesadas, deve-se ingerir muita água, chá, proteína (peito de frango, carnes magras), verduras principalmente verdes escuras, carboidratos como batatas e arroz e frutas! A vitamina usada durante a gestação pode ajudar na recuperação. Nada de dieta restritiva para emagrecer agora, a produção de leite depende do descanso, alimentação, hidratação e Paz de Espírito. Não é recomendado que se façam visitas que não seja a família mais próxima nesse momento, vai ter bastante tempo para aproveitar da companhia desse bebê, fazer festa, brincar, abraçar e pegar no colo quando estiver maiorzinho e mais resistente.
E a mãe??? O Corpo materno sofreu mudanças para se adaptar a amamentação, muitos hormônios foram produzidos para que isso acontecesse, e o parto então! Uma tempestade de hormônios! E agora tudo tem de voltar ao “Status Quo”, mas não é tão rápido, a mãe ainda fica bastante inchada até uma semana após o parto, principalmente as pernas (se ela fica sentada muito tempo para amamentar, mais ainda), os órgãos abdominais que deram espaço para o útero gravídico ainda estão voltando para o lugar, o útero está diminuindo devagar, e os hormônios que mandam agora na fase de puerpério e amamentação são a progesterona, a prolactina e a ocitocina. Assim, após o nascimento a mãe pode sentir um “Blues”, ou seja uma sentimento diferente de tristeza, estranhamento. É natural quando dura uns dias e vai embora sozinho, pois a mãe se “apaixona” por aquele bebê tão lindo, mas algumas vezes ela precisa de ajuda para sair desse “Blues” e não virar uma Depressão Pós Parto.
Costuma-se sangrar (Lóquios Rubros) por alguns dias (até uns 30 às vezes), dependendo do tipo de parto, e vai diminuindo e se torna um corrimento amarelado (Lóquios Flavos) e depois branquinho (Lóquios Albos) até uns 45 dias, isso já mostra que o útero voltou ao normal.
Tudo isso vai acontecendo com a mãe que nasce junto com seu bebê, é muito intenso, maravilhoso, inesquecível. A Ocitocina, o hormônio do Amor, se encarrega dessa “Aura” mágica que envolve esses dois. O mundo pára lá fora, os minutos, horas e dias se confundem, pois o universo se resume aos dois. Tudo vale a pena!
Esse texto descreveu bem minha realidade de quatro meses atrás, quando chegou a minha maior riqueza e também meu maior teste de resiliência. Realmente é muito intenso, maravilhoso e inesquecível, passaria por tudo de novo, pela minha linda e doce Sofia. ❤️